Uma das principais dúvidas do ministro de música é o repertório que deve escolher para o momento do louvor, para a adoração, para tocar no grupo de oração, etc. Se você está se preparando para ministrar o louvor com o seu violão em um pequeno grupo de dez pessoas ou para conduzir um momento de adoração ao Santíssimo com o ministério completo (banda completa) e 500 pessoas num ginásio, a questão do repertório sempre vem à tona. Saber escolher a música certa (o repertório como um todo) para um público específico é questão de grande importância. A oração, a pregação, a presença do Santíssimo Sacramento são o centro do encontro, mas a música é parte integrante, essencial e confluente com muitos outros elementos e inspirações do Espírito para estes momentos.
Os que exercem o ministério há mais tempo poderão dizer: “eu deixo simplesmente o Espírito me conduzir e canto/ministro as músicas que Ele me inspira”. É verdade. Muitas vezes o responsável pelo louvor já passou muitas vezes pela “rotina” de rezar, se colocar de joelhos diante de Deus e discernir quais músicas Ele quer utilizar para alcançar o público de determinado evento, e já se “habituou” a processar tudo isso (o hábito ao qual me refiro é o de entrar em oração e intimidade com o Senhor antes desses momentos). Assim, processam rapidamente os diferentes elementos (tipo de evento, de público, de local, etc.) do momento de louvor/adoração e colocam tudo diante de Deus, que conduz seu coração no sentido da edificação (conf. I Cor 14,12) da Igreja de Cristo.
Hoje há músicas sendo tocadas nas mais impensáveis situações, sem que haja preocupação com o contexto ou os temas dos momentos (oração, louvor, evangelização, adoração, velório), mas como ela é do último CD daquele “grupo famoso”, o nosso ministério tem que tocar. Não devemos tocar e cantar somente porque “tal música” está no topo das “paradas de sucesso” e “todo mundo está tocando”, mas porque sentimos que há uma unção especial para tocá-la em certo momento. Graças a Deus, hoje temos CDs e canções belíssimas no meio católico, mas o povo de Deus (para quem nós tocamos e servimos) merece mais que beleza. Merece unção. Merece a música certa, no momento certo e com excelente qualidade (bem cantada e executada).
Estas são algumas perguntas que você deve se fazer na hora de montar um repertório:
1. Qual o tipo de evento?
É um grupo pequeno que irá cantar pela primeira vez? É um grupo de pessoas mais experientes, que conhecem “todas” as músicas? Será um evento ao ar livre? Uma adoração ao Santíssimo? Um retiro com o tema conversão? O público será mais jovem ou adulto?
2. Qual a realidade do lugar?
O que o grupo de oração está vivendo? Qual o tema da formação? Qual o tema do evento? Qual realidade específica o grupo/comunidade está vivendo? Se o evento é em outro bairro ou cidade, qual a história do povo deste lugar? O que Deus colocou na oração por esta missão?
3. Quais músicas me vêm ao coração?Uma coisa é certa: é difícil ministrar uma música que não nos toca ou que não tem um estilo ou arranjo que nos agrada. É verdade. Mas em certos momentos, é aquela música que achamos “fraquinha” ou “das beatas” que vêm ao nosso coração e é ela que tem a unção pra fazer todos os presentes terem aquele momento especial com o Senhor Jesus. Por isso, escutemos, estudemos e estejamos preparados para ministrar, tocar e cantar qualquer música. Mesmo que o seu ministério, “banda”, grupo tenha um estilo próprio, não esqueça que a sua função é servir (da última vez que vi no dicionário, ministro ainda queria dizer “aquele que serve”) e o seu repertório tem que estar aberto a todas as músicas, aberto à Vontade de Deus.
“Nele é que fomos escolhidos, predestinados segundo o desígnio daquele que tudo realiza por um ato deliberado de sua vontade, para servirmos à celebração de sua glória, nós que desde o começo voltamos nossas esperanças para Cristo.” (Ef 1, 11-12)
Roberto Aires
Fonte:
http://www.exsurge.com.br/
http://www.graodetrigo.com.br/blog/?p=45